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terça-feira, novembro 09, 2004

Ateísmo - Definição II

É sempre importante lembrar que o ateísmo não é uma religião. Para uma posição filosófica ser considerada de caráter religioso, esta deve ter como elemento central um ou mais deuses, ou entidades relacionadas aos deuses. O ateísmo então é considerado como uma posição ideológica em relação à crença em deuses. Devemos lembrar que até algumas correntes do Budismo podem ser denominadas atéias, pois não acreditam em nenhum deus, mas não devemos confundir o Budismo com o ateísmo ou o contrário. Essas correntes poderiam até ser consideradas como atéias, mas o ateísmo nunca poderia ser consderado uma religião.
Existem muitas idéias erradas sobre o que é o ateismo, pois as pessoas não conseguem imaginar que existam tantos ateus diferentes quanto características de pessoas. Por não ser uma doutrina impositiva aos seus membros como as religiões, temos ateus com os mais diversos gostos musicais, preferências políticas, escolhar morais e éticas, times de futebol, etc. Muitas pessoas agrupam todos os ateus em uma única classe de pessoas e geralmente atribuem aos ateus características inexistentes. Os ateus não defendem a adoração ao satã (pois, assim como as divindades, também não acreditam em demônios), crenças da "nova era", ou perseguição de pessoas religiosas. Ateísmo NÃO é historicamente ligado ao comunismo, ou qualquer outro sistema particular de organização social. Ateus representam muitas sombras do espectro político, e freqüentemente discordam entre si mesmos sobre temas políticos.
Basicamente, ateus são ateus porque aspiram a objetividade. A maioria absoluta dos ateus é também alguém cético. Não lhes interessa acreditar em algo por meio da . Isso ocorre porque as hipóteses deísticas sempre são sustentadas por meio da .
Alguns não se identificam com o termo ateu, preferindo ser chamados de agnósticos, ou seja, deixam aberta a possibilidade, mas não baseiam sua vida ou suas escolhas na existência de seres sobrenaturais como os deuses. Nesse sentido, o agnosticismo seria apenas uma das posições adotadas por um ateu, pois o ateismo não é, em princípio, dogmático, fazendo afirmações de existência ou inexistência. O ateu não crê na existência de deuses pela falta de evidências por parte dos que a afirmam. Não se trata portanto duma falta de crença nascida da simples ignorância dos preceitos religiosos. Muitos ateus acham que a idéia de Deus, da maneira como é apresentada pela maioria das religiões, é essencialmente auto-contraditória, e é logicamente impossível que tal Deus exista. Outros são ateus por causa do cepticismo, por não possuírem evidências que Deus existe. Há muitas justificativas filosóficas para o Ateísmo. Para acharmos porque uma pessoa particular escolheu ser um ateu, o melhor é perguntar-lhe diretamente.
Tradução do termo atheist do en.wikepedia.org
O termo ateísmo é formado pelo prefixo grego a-, significando "sem" ou "não" e o greco-derivado teísmo, significando a crença em um deus ou deuses. O significado literal do termo, então, é: "sem crença em deus ou deuses, tornando qualquer pessoa que não acredita na existência de deuses um ateu."
DEFINIÇÃO
Na nova convenção, refletida pela maioria dos dicionários, ateísmo é a declaração de que deus não existe, ou que a existência de deuses tem uma probabilidade infinitesimal. Ateísmo não é sinônimo de ausência de religião. Alguns membros de organizações religiosas que abraçam deus possuem crenças atéias secretas (particularmente em culturas onde o ateísmo é considerado um ato criminoso). Outras definições e distinções de ateísmo foram propostas. Alguns distinguem entre uma categoria estrita "ateísmo forte" (a rejeição explícita da existência de deuses) e "ateísmo fraco" ( a falta de crença em deuses porém sem rejeição explícita). Outro uso para essas duas distinções está em descrever se alguém acredita na existência de deuses como uma impossibilidade (ateísmo forte), ou que a existência de deuses é possível porém evidência alguma indica que algum exista (ateísmo fraco). Na tradição livre-pensadora, termos análogos seriam ateísmo "positivo" e "negativo".
O termo agnosticismo (cunhado por T. H. Huxley em 1869) descreve uma forma de ceticismo filosófico na qual a existência de deuses é considerada inconclusiva ou que a investigação sobre a existência é considerada improdutiva.
Muitas culturas chamam qualquer um que não acredita em sua religião particular de ateu; por exemplo ateísmo foi uma frequente acusação dos romanos pagãos contra os primeiros cristões, e vice-versa.
Seguidores
A Encyclopædia Britannica estima que cerca de 2,5% da população mundial se classifica como atéia. Parte considerável das pessoas, cerca de 12,8%, tende a se descrever como "não-religiosa". O ateísmo é um pouco mais preponderante na Europa e na Rússia do que nos Estados Unidos e é raramente encontrada no terceiro mundo. Por exemplo, de acordo com uma pesquisa de 2003, 33% dos franceses adultos dizem que "ateu" define sua posição sobre religião muito bem.
Ateus que expressam abertamente suas visões são muitas vezes maltratados, excluídos, discriminados, ou, em alguns países, mortos. Por essa razão, é possível que o ateísmo seja mais preponderante do que as pesquisas sugerem, à medida que pessoas possam estar relutantes em expressar suas verdadeiras visões. Aqueles que possuem visões teístas frequentemente consideram aqueles sem uma crença em deuses como sendo amorais ou não confiáveis --- inadequados como membros da sociedade. As escrituras da maioria das religiões contêm condenações a descrentes; veja, por exemplo, a estória de Amalek. Na Europa Medieval, o ateísmo era tido como amoral, muitas vezes criminoso; ateus podiam ser sentenciados à morte na fogueira, especialmente em países onde a Inquisição era ativa. Enquanto o Protestantismo sofreu discriminação e perseguição pela então dominante Igreja Católica Romana, Calvino também foi a favor da queima de ateus e hereges.
Por outro lado, o ateísmo às vezes é a posição oficial de países comunistas, como a ex-União Soviética, o ex-bloco Oriental e a República Popular da China. Karl Marx, ateu e filho de rabino judeu, escreveu que religião é "o ópio do povo", significando que existe para esconder das pessoas o verdadeiro estado das coisas numa sociedade, e tornando-os assim mais receptivos ao controle social e exploração. Doutrinas Marxistas à parte, tais estados encontraram um meio de desencorajar todas as religiões no intuito de enfraquecer quaisquer possíveis centros de oposição ao seu completo controle sobre esses estados. Na União Soviética e na República Popular da China, eram toleradas algumas igrejas que se submetiam ao estrito controle do estado. É notável que a resistência ao comunismo frequentemente encontrava focos em assuntos religiosos, e ao papa João Paulo II é muitas vezes dado o crédito de ter ajudado a terminar com o comunismo no Leste Europeu.
Desde a Segunda Guerra Mundial, toda formatura militar nos Estados Unidos é acompanhada pelo frequente uso dos dizeres "Não existem ateus em trincheiras". Durante a Guerra Fria, o fato dos inimigos dos EUA serem oficialmente ateus ("comunistas sem deus") somou-se à visão de que ateus não são confiáveis nem patriotas. Recentemente na campanha presidencial de 1987 nos (oficialmente seculares) EUA, George H. W. Bush disse "não sei se ateus deveriam ser considerados como cidadãos nem como patriotas. Essa é uma nação sob Deus." Declarações similares foram feitas durante a discussão que cercava a inclusão da frase "sob Deus" no Juramento de Lealdade Americano, palavras que foram adicionadas ao juramento no início do período da Guerra Fria.
Apesar das atitudes do período de Guerra Fria, os ateus são legalmente protegidos da discriminação nos EUA e são os mais fortes advogados da separação legal entre igreja e estado. Os tribunais americanos regularmente - se não controversalmente - interpretam o requisito constitucional em relação à separação entre igreja e estado como sendo protector da liberdade dos descrentes, e também proibindo o estabelecimento de qualquer estado religioso. Os ateus muitas vezes resumem a situação legal com a frase: "Liberdade religiosa também significa liberdade da religião."

Um comentário:

João Vasco disse...

Vai ver o nosso blogue, o "Diário Ateísta".
Estes temas são lá abordados.

www.ateismo.net/diario