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segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Católicos preparam contra-ataque a Código Da Vinci

Católicos preparam contra-ataque a Código Da Vinci


Filme terá pré-estréia no festival de Cannes, dia 17 de maio
Representantes da Igreja Católica na Grã-Bretanha e integrantes da Opus Dei formaram um grupo de trabalho para fazer frente a qualquer impacto negativo que o filme O Código Da Vinci possa provocar.

O chamado "grupo em resposta ao Código Da Vinci", que inclui também um abade beneditino e dois padres, condena o livro de Dan Brown como "uma ficção que se comercializa como fosse fato".

A iniciativa surge semanas antes do lançamento da versão cinematográfica do livro, tendo Tom Hanks e Audrey Tautou como protagonistas.

O grupo critica a manifestação "grotesca e daninha" da fé.

Engano

O livro, que vendeu 40 milhões de cópias em todo o mundo, afirma que Jesus se casou com Maria Madalena, teve filhos com ela e o fato foi encoberto pela Igreja Católica por mais de dois mil anos.

O filme deverá ter sua pré-estréia no Festival de Cannes no dia 17 de maio e ser lançado em todo mundo no dia 19.

A história causou indignação no seio da igreja, que agora busca esclarecer as diferenças entre a versão de Dan Brown e a realidade.

"Acreditamos que o Código Da Vinci é divertido e inofensivo sempre e quando tratado como ficção. Não acreditamos em condenações, boicotes ou protestos," explicou o grupo em comunicado.

O grupo é coordenado por Austen Ivereigh, diretor de Relações Públicas do cardeal Cormac Murphy-O'Connor, arcebispo de Westminster e a figura mais graduada da Igreja Católica na Inglaterra e no País de Gales.

No mesmo comunicado, eles afirmam que acreditam que a passividade por parte dos cristãos" criou uma situação na qual eles caíram "na armadilha armada por Dan Brown", que afirma que a igreja estaria na defensiva porque está acobertando fatos.

"Também estamos exasperados com fato de muita gente que tem uma boa compreensão da Igreja Católica e de sua história ter sido enganada pelas declarações de Dan Brown de que o livro é baseado em fatos e teorias respeitadas," diz o comunicado.

"Uma mentira que deve ser reforçada pelas imagens do filme, muito mais poderosas que palavras," prossegue.

Opus Dei

O grupo católico conservador Opus Dei, com 86 mil membros em todo o mundo, está particularmente revoltado por ter sido retratado no livro como um grupo assassino e obcecado pelo poder.

A Opus Dei organizou sessões informativas em Londres para o público e pediu à Sony Pictures, que produziu o filme, para incluir uma vinheta explicando que ele é uma obra de ficção.

A Sony recusa-se a dizer se vai ou não atender ao pedido.

O diretor de Comunicações da Opus Dei, Jack Valero, diz que é importante esclarecer que o livro "está claramente tentando apresentar ficção como factual e tentando enganar desta forma".

"Se houver a explicação no início do filme, tudo bem", diz Jack Valero.

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